Saturday, July 13, 2013

De sorrisos banguelos

Rosária Rodrigues de Araújo (1912-1997)                      -                        Isabella Leilani (2012-....)

Hoje dia 13 de Julho 2013, há exatamente 16 anos eu perdi a minha avó materna. 'Vó Rosária' como era conhecida, nasceu em 1912, o ano em que o Titanic afundou, passou pela Primeira (1914-1918) e Segunda Guerra Mundial (1939-1945), morou no interior do interior de um Estado do sul do Brasil, criou seus 9 filhos, viveu a história, contou histórias, gerou memórias e abriu sorrisos por seus 85 anos.
Nunca esqueço a data em que ela partiu, porque foi exatamente dois dias antes dos meus 15 anos e isso me marcou para sempre.
Também porque nasci exatamente 70 anos depois dela e minha primeira filha nasceu 100 anos depois dela.
Dizem que 70 anos é o tempo de uma geração.

Como já compartilhei com alguma pessoas, tenho uma fascinação por geneaologias e histórias do passado. Sofro por não saber de onde vim (como sabem a maioria dos japoneses e italianos e outros tantos que conseguem traçar seus antepassados até pela cidade de onde vieram). Bem, eu não sei de onde vim e não me conformo com a historinha de que foi a mistura de um europeu com índia, isso foi a de todo mundo mas amaria saber o local de onde saíram meus antepassados até chegarem ao Brasil.
Fazendo a árvore, ou tentando traçar a árvore genealógica de minha família materna, descobri que sou o último fruto da vó Rosária. Sou a filha mais nova da filha mais nova.
Isso me trouxe um senso de identidade diferente. Pensei no legado que foi deixado por ela e em como carregar isso pra frente. Para a próxima geração.
Ao olhar minha filha e observá-la nesses quase 10 meses de sua vida, percebi que ela já carrega o legado da bisa Rosária. o seu sorriso. Todo mundo que a conhece fica impressionado com o seu sorriso.
É no sorriso banguelo de quem não gostava de usar dentaduras e no sorriso banguelo dos dentes que não chegaram ainda que vejo a história passar, que vejo os maiores tesouros, a maior herança.
É de sorrisos banguelos que se começa e termina a vida. Que nos mostra as alegrias, a inocência, aonde se escondem as dores e aponta-se para o finito. De que nada dura para sempre, só o amor revelado nos olhos que seguiram rumo à eternidade, deixando a saudade e abrindo o portão para o DNA.
E hoje pensando nela, e em minha mãe, e na Isabella, desejo que meus filhos carreguem as coisas boas dos seus avós e bisavós e tataravós e os ..........vós ; )

 É nesse compartilhar cheio de números e datas que gostaria de deixar esse post para honrar a minha querida 'vózinha', e pedir que você tire um tempo para pensar em qual é o maior tesouro que você carrega de sua família, qual é a herança que alguém deixou. Qual é o legado que você deixará aos sorrisos banguelos de seus filhos? 


Nadia Otake








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